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Óperas portuguesas revivem em Curitiba

Fotos: Andre Rodrigues / Gazeta do Povo / Seis cantores e oito músicos integram o corpo das duas óperas, que duram no total uma hora e meia
Fotos: Andre Rodrigues / Gazeta do Povo



Partituras raras desencavadas pelo músico Ricardo Bernardes foram encenadas e apresentam um pouco da arte lusa e brasileira do século 18

Não entender o que é cantado não será desculpa para perder as duas óperas que a Capela Santa Maria apresenta neste fim de semana. As letras de A Saloia Namorada ou o Remédio É Casar e O Basculho de Chaminé não foram traduzidas: foram compostas em português, algo raro no repertório deste gênero que chegou até nós.


A raridade das partituras instigou Ricardo Bernardes

 / A raridade das partituras instigou Ricardo Bernardes 

Comédia
Conheça a trama das óperas que integram o programa do fim de semana:

A Saloia Namorada ou o Remédio É Casar

Nesta ópera, uma caipira (“saloia”), vendedora de azeitonas, quer se casar com o espanhol Alonso, mas se relaciona mal com a cunhada Rosalia. Esta, por sua vez, se apaixona por um mulherengo, Valerio. Os dois homens se reúnem no final e concluem que a solução para os problemas femininos é o casamento.

O Basculho de Chaminé

Um limpador de chaminés (“basculho”) cai durante o trabalho dentro da casa de um barão. Encontrando roupas numa sala vazia, veste-se e assume a identidade do aristocrata, desencadeando uma típica comédia dos erros.
1793 foi quando estreou A Saloia Namorada ou o Remédio É Casar, em Lisboa, com libreto do brasileiro Domingos Caldas Barbosa.
A música que embala as duas comédias foi escrita por dois dos principais compositores lusófonos do fim do século 18. Antonio Leal Moreira (de A Saloia...) nasceu e morreu em Portugal, mas Marcos Portugal (de O Basculho...) veio ao Rio de Janeiro a convite da corte real e aqui divertiu a elite até morrer em terras brasileiras em 1830, tendo sido professor de música de Dom Pedro I.
Os libretistas foram respectivamente Domingos Caldas Barbosa, mulato brasileiro que emigraria para Lisboa, e o italiano Giuseppe Maria Foppa.
O tema das comédias fala de casamento e de equívocos advindos das diferenças de classe.
Apesar de ambas serem obras raras, O Basculho de Chaminé teve a partitura preservada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. O documento serviu de fonte para a montagem, estreada em março deste ano pelo curitibano Ricardo Bernardes para as comemorações dos 250 anos de nascimento de Marcos Portugal, em Lisboa, onde o maestro vive. “Eu ouvia quando era criança um dueto de O Basculho, gravado por Alceu Bocchino em LP nos anos 1960”, disse o músico à Gazeta do Povo.
Ao trazer o trabalho a sua cidade natal, ele acrescentou A Saloia..., cuja partitura descobriu “por acaso” em uma biblioteca dos Estados Unidos. A ideia é levar esse trabalho que agora estreia para Lisboa, fechando o ciclo desse intercâmbio de divulgação da música brasileira e portuguesa feita há 200 anos.

Adaptação

As duas óperas foram adaptadas pelo diretor e músico Flávio Stein, que optou por transportar as tramas do século 18 para o 19. “É um figurino mais próximo do espectador, com o qual ele pode se identificar”, explicou à reportagem. Outra opção foi por tornar o canto mais compreensível.
O cenário é simples, composto por uma cortina, mesa e cadeira. No palco estão o elenco, formado por Bruno Spadoni, Chrystian Segalla, Isis Janicki de Carvalho, Márcia Kaiser, Adriano João Soares e Ailson Martins, cantores com alguma experiência com ópera, e a orquestra formada por violinos, violoncelo, contrabaixo, flauta, trompetes e cravo.
Além das apresentações de sábado e domingo, o grupo faz um ensaio aberto na sexta-feira, às 15 horas.


Programe-se

A Saloia Namorada ou o Remédio É Casar e O Basculho de Chaminé

Capela Santa Maria
(R. Conselheiro Laurindo, 273),
(41) 3321-2840.
Dia 23, às 15 horas (ensaio com entrada franca),
dia 24, às 20 horas e
dia 25, às 19 horas. R$20 e R$10 (meia-entrada).


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