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Projeto de música antiga resgata peça barroca alemã para revelar um triângulo amoroso assombrado pelo Minotauro.


Ópera “hot” encena a dor de Ariadne

Photo by Laura Hickman

Em meio à escassez de apresentações de ópera na cidade, surge neste fim de semana a oportunidade de acompanhar a montagem de um trabalho raro. “A Bela e Fiel Ariadne” (Die schöne und getreue Ariadne) data de 1691, com autoria do alemão Johann Georg Conradi. Ganha aqui tons contemporâneos e encenação com a presença de bailarinos. As apresentações acontecem apenas no sábado (13) e no domingo na Capela Santa Maria. Na sexta-feira (12), uma récita especial para crianças terá um coro infantil e corte das cenas mais “picantes”.
Trata-se de uma ópera barroca, inscrita num período histórico em que o grande destaque era dado à palavra cantada e interpretação do texto do libreto. Já as óperas românticas, que vieram na sequência, passaram a privilegiar o “gênio” do músico (de grandes nomes como Verdi e Wagner) e o virtuosismo dos solistas.


No mito grego de Ariadne, a jovem (aqui representada pela soprano Marcia Kaiser) é apaixonada pelo rei de Atenas,Teseu (Marcos Liesenberg), e o ajuda a matar o Minotauro que aterroriza a cidade. Para isso, ela lhe fornece o mágico “fio de Ariadne”, capaz de guiá-lo para fora do labirinto onde habita a fera. O nó dramático se dá no retorno, quando Teseu abandona a moça e foge com a irmã dela, Fedra (Ariadne Melchioretto). O final só é salvo das lágrimas com a chegada de Baco (Daniele Oliveira), por quem Ariadne se encanta.
O projeto de resgate dessa peça é fruto de uma parceria entre estudiosos de música antiga da UFPR e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com direção geral de Lucia Becker Carpena e Silvana Scarinci. O canto é em alemão, com legendas em português e direção musical de Diego Schuck Biasibetti.
A encenação, a cargo de Camila Bauer, procura humanizar os personagens, escapando do estigma de vilão e mocinho. Dessa forma, Teseu e Fedra não são demonizados, destacando-se o conflito interior por que passam ao se apaixonar e trair Ariadne.
Num viés contemporâneo, as cenas de amor incluem sensualidade e erotismo. “É ‘hot’”, brinca Silvana, da UFPR.



#marciakaiser


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